Duchamp e Heidegger: quando a coisa se tornou obra de arte
Massimo Carboni , entrevistado no Festival da Filosofia de Modena de 2017 ("As formas do criar"), fala da estética contemporânea. Refere-se a Benedetto Croce como sendo um dos grandes mestres da Estética do Séc. XX, mas de quem não se extraem, imediatamente, grandes instrumentos de análise para a arte de hoje. Já Walter Benjamin , com A Obra de Arte na Época da sua Reprodutibilidade Técnica (1934-36), se devidamente contextualizado - considera Carboni - é um instrumento fundamental para compreender a arte medial e até mesmo as instalações interativas, em suma, as obras de arte atuais. Relativamente a Martin Heidegger , a opinião de Carboni, é a de que não foi um construtor de uma estética filosófica cujo discurso se amplie; aliás, no seu estudo A origem da Obra de Arte (também de 1934-36) , Heidegger distingue entre a coisa e a obra, entre a coisidade da coisa e obra de arte. Ora, m ais de vinte anos antes (em 1913) Marcel Duchamp, pelo contrário,...